Ginoide (do grego γυνη, gynē - "mulher") é um termo usado para descrever um robot desenhado para se parecer com uma fêmea humana, em comparação com um androide modelado à figura do macho humano. O termo não é de uso comum, todavia, com "androide" sendo frequentemente usado em referência a robots de ambos os "sexos". As expressões fembot (robot fêmea) e feminoide (androide fêmea) também têm sido usadas, a última em menor escala. O termo "ginoide" ("Gynoid", em inglês) foi criado pela escritora de FC britânica Gwyneth Jones e desenvolvida por outro autor britânico de FC, Richard Calder, o qual residiu na Tailândia e Filipinas.
Primeiros conceitos
Autômatos dos irmãos Jaquet-Droz.
A partir de 600 a.C., lendas sobre estátuas falantes feitas de bronze ou barro, que se tornam vivas, começaram a aparecer com regularidade em obras de autores clássicos como Homero, Platão, Píndaro, Tácito e Plínio. No Livro 18 da Ilíada, Hefesto, o deus de todas as artes mecânicas, tinha o auxílio de duas estátuas moventes femininas, feitas de ouro – jovens donzelas viventes, preenchidas com mentes e sabedorias. Outra lenda apresenta Hefesto, sob ordens de Zeus, criando a primeira mulher (Pandora) a partir do barro. O mito de Pigmalião, rei de Chipre, fala de um homem solitário que esculpiu sua mulher ideal de mármore, Galateia, e prontamente se apaixona por ela depois que a deusa Afrodite a traz à vida. Variações sobre este tema recorrente de amor e criação artificial aparecem no conto gótico de E.T.A. Hoffmann, Der Sandmann (1817), no qual o objeto de amor é o autômato Olympia, no balé Coppélia (1870) de Léo Delibes, onde este é a boneca dançarina epônima, e em incontáveis filmes e romances de ficção científica.
Desde a Renascença, inventores começaram a considerar máquinas para propósitos mais realísticos, ainda que estéticos. Em 1540, o inventor italiano Gianello Torriano de Cremona construiu autômatos para a diversão de Carlos V, incluindo uma garota em tamanho natural dedilhando um alaúde. A garota podia caminhar em linha reta ou em círculo e inclinar a cabeça. Ela ainda existe, e está exposta no Kunsthistorisches Museum em Viena.[1]
Durante os anos 1640, o filósofo francês René Descartes teria viajado com uma acompanhante artificial feminina denominada Francine, batizada com o nome de sua filha. O austríaco Friedrich von Knauss criou uma "boneca que escreve" em 1760, capaz de escrever até 107 palavras.[2] Por volta de 1773, os irmãos Jaquet-Droz na França, desenvolveram uma série de marionetes mecânicas realísticas, entre as quais se inclui uma musicista de 16 anos. A musicista tocava piano movendo os dedos sobre as teclas apropriadas, e foi desenhada para simular respiração, bem como movia a cabeça para os lados e curvava-se ao fim de cada apresentação.
Os irmãos Maillardet[3] teriam sido os criadores ou inspiradores da Philadelphia Doll ou Green Lady (1812), que era capaz de escrever em inglês e francês e desenhar paisagens.[4] Em 1823, Johann Nepomuk Mälzel fabricou uma boneca que podia dizer "Ma-ma" e "Pa-pa". Por volta de 1891, baseando-se na ideia de Maelzel, Thomas Edison levou esta ideia adiante patenteando uma "Boneca Falante", que utilizava um cilindro de cera para recitar "Mary Had a Little Lamb". Para fazer publicidade do fonógrafo inventado por ele, mais de 500 foram produzidas.
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